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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Telas Flexíveis de Papel e Água Prometem Leitores Eletrônicos Descartáveis

Pois é, gente. Depois dos monitores feitos de uma película de plástico com cristal líquido, agora é a vez dos monitores feitos com água e papel. É isso mesmo, água e papel. E, dizem os pesquisadores que a resolução é tão boa quanto as modernas telas de LED, só que duram menos. Essa tecnologia é para ser descartada, ou seja, funcionará por 30 a 90 dias aproximadamente e depois vai para o lixo. Bem, vamos esperar mais um pouquinho para ver onde é que caberá essa nova tecnologia, não é? Grande abraço!

Papel eletrônico de papel promete telas descartáveis

A nova tecnologia de geração de imagens promete tornar os leitores eletrônicos - os chamados e-Readers - tão baratos que poderão até mesmo ser descartáveis. [Imagem: University of Cincinnati Nanoelectronics Laboratory]

Uma nova tecnologia de geração de imagens para telas e monitores poderá permitir que os papéis eletrônicos e os leitores eletrônicos - os chamados e-Readers - tornem-se tão baratos que poderão até mesmo ser descartáveis.

Embora o setor de alta tecnologia ainda não esteja muito avançado quando o assunto é a reciclagem, equipamentos mais baratos têm um grande apelo e podem viabilizar novas aplicações.

Telas de papel e água

O grupo do Dr. Andrew Steckl, da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, começou a brilhar no mundo das telas e monitores em 2004, quando lançaram os primeirospixels baseados em elementos de terras raras.

Agora, Steckl e seu colega Duk Young Kim descobriram que é possível usar papel comum como substrato flexível para um tipo de tela baseada em um princípio chamado eletroumectação.

A eletroumectação consiste na aplicação de um campo elétrico em minúsculas gotas de água coloridas, dispensando o uso de filtros e tornando a tecnologia potencialmente muito mais barata.

As telas de aparelhos como o iPad utilizam tecnologias muito mais complicadas e mais caras, cujos circuitos são montados em placas rígidas de vidro. Leitores como o Kindle, por sua vez, embora já utilizem eletrônica orgânica, que pode potencialmente chegar a ser flexível, ainda estão limitados aos tons de cinza.

Papel eletrônico

"Um dos principais objetivos do papel eletrônico é replicar a aparência e a sensação do papel impresso real," defendem os pesquisadores em um artigo que mereceu a capa da atual edição de uma das revistas científicas mais importantes da área.

Com tal purismo, os cientistas nem foram atrás de imitações, e resolveram usar o próprio papel como substrato.

"Com o papel certo, com o processo certo e com a técnica de fabricação adequada, você pode obter resultados que são tão bons quanto os que você obtém com o vidro, e nossos resultados são bons o suficientes para um leitor eletrônico capaz de mostrar vídeos," diz o Dr. Steckl.

Papel eletrônico de papel promete telas descartáveis

A eletroumectação consiste na aplicação de um campo elétrico em minúsculas gotas de água coloridas, dispensando o uso de filtros e tornando a tecnologia potencialmente muito mais barata. [Imagem: Kim/Steckl/ACS]

Segundo ele, uma tela baseada no seu papel eletrônico poderá ser totalmente enrolável, vai lembrar o papel em aparência e ao toque, e poderá ser usada para leitura, para navegação na internet ou para ver filmes, mesmo em condições externas, com o dia claro.

"Nós esperamos ter algo que realmente se parecerá com papel, mas se comportará como um monitor de computador em termos de sua capacidade de armazenar e mostrar informações. Nós poderemos ter algo que será muito barato, muito rápido,full-color e que, no final do dia ou da semana, você poderá jogar no lixo," prevê o pesquisador.

Leitores eletrônicos descartáveis

E por que alguém iria querer jogar seu Kindle ou seu iPad no lixo depois de apenas uma semana de uso, se ele pode ser usado para múltiplas leituras?

O Dr. Steckl defende seu ponto de vista: "Em geral, este é um método elegante para reduzir a complexidade do aparelho e o seu custo, resultando em equipamentos descartáveis."

Elegante ou não, reciclar o novo papel eletrônico do Dr. Steckl será realmente muito mais simples do que reciclar as telas atuais.

Só que reciclar papel comum é mais simples do que reciclar o novo papel eletrônico - mas provavelmente este não será assim tão barato a ponto de viabilizar jornais e revistas de papel eletrônico e a preocupação provavelmente se mostrará injustificada.

Steckl e Kim foi a mesma dupla que inventou o LiquiFET, o primeiro transístor de estado líquido, um marco no desenvolvimento dos biochips.

Bibliografia:
Electrowetting on Paper for Electronic Paper Display
Duk Young Kim, Andrew J. Steckl
Applied Materials & Interfaces
November 2010
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/am100757g
Redação do Site Inovação Tecnológica


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