Voar não é mais um sonho. Uma empresa da Nova Zelândia desenvolveu um jetpack comercializável que, ao que tudo indica, chega às lojas este ano. Pronto para aventurar-se nos céus com o Martin Jetpack?
O despertador toca e você, em vez de acionar o famoso modo “soneca”, desliga-o. Quando se dá conta já está atrasado, tem que dar um pulo da cama, tomar o café da manhã apressado, vestir-se num piscar de olhos e sair em disparada de casa. Mas não tem jeito, o trânsito já está formado: filas e filas de automóveis entre sua moradia e seu destino.
Mas, e se você pudesse sobrevoar todo o caos dos engarrafamentos (que não são mais uma exclusividade das grandes metrópoles), não seria bacana? O sonho de voar do ser humano não é recente, pois passagens da mitologia grega já abordavam a tentativa da nossa espécie em planar sobre os ares.
Esse é um sonho cada vez mais próximo da realidade. A empresa neozelandesa Martin Aircraft Company desenvolveu uma versão comercializável – preço de um carro de luxo – para um jetpack (aquelas mochilas turbinadas que podem levantar voo com uma pessoa). E aí, topa uma voltinha na imensidão dos céus? Dê uma olhada no vídeo seguinte e sinta a liberdade de voar:
É um pássaro? Ou um avião?
Cientistas e engenheiros discordam no que tange o conceito exato desta máquina. Mas para simplificar, vamos ter em mente a estrutura básica do jetpack. Ou seja, ele é um suporte acoplado às costas de uma pessoa e que possui algum tipo de combustível propulsor (pode ser gasoso ou líquido), proporcionando o levantar voo do indivíduo dotado deste equipamento.
A tecnologia dos jetpacks não é nenhuma novidade, os primeiros protótipos têm referências à década de 60 – sem falar nas ficções criadas desde os anos 20. No começo deste século, as mochilas voadoras apareceram por terras brasileiras durante o Carnaval carioca de 2001 e na Avenida Paulista, São Paulo, em 2008 (clique aqui para conferir o vídeo da façanha).
O Martin Jetpack une potência, autonomia e durabilidade. O aparelho é confeccionado em fibras de carbono, possui 152 centímetros de altura e comprimento e 167 centímetros de largura. Seu peso bruto chega próximo aos 245 quilogramas.
Imagem de divulgação.
Sua capacidade de armazenamento de combustível (ele utiliza gasolina) chega a 18 litros, o que lhe dá uma autonomia de voo de 30 minutos. O mais engraçado vai ser você parar no posto com a geringonça nas costas e pedir para completar o tanque, o que com certeza vai despertar o olhar curioso dos frentistas.
O motor de dois tempos Martin Aircraft 2.0 L V4 conta com potência de 200 HP, dois rotores com um pouco mais de meio metro de diâmetro e rotação máxima de 7058 rpm para tornar viável a fantástica aventura de imitar os heróis dos quadrinhos a, estimados, 8 mil pés de altura.
Apesar de toda essa potência, segundo os desenvolvedores o piloto deve pesar entre 64 e 108 quilogramas, aproximadamente. Portanto, se você deseja voar com o Martin Jetpack e não está nessa faixa de peso terá que preparar uma alimentação adequada para o seu caso – seja uma dieta hipercalórica ou um regime básico.
Imagem de divulgação.
Onde posso voar?
A ideia de sair voando por aí é sensacional. Fugir do trânsito caótico, chegar ao topo do prédio onde mora em segundos ou planar sobre montanhas exuberantes seriam atividades emocionantes e inesquecíveis, não concorda?
Porém, as regulamentações e a estrutura física das cidades para esse tipo de equipamento de voo ainda não garantem a segurança dos pedestres e outros veículos. Isso significa que o uso do Martin Jetpack, ou qualquer outra tecnologia do gênero, tem liberação apenas para fins recreativos.
Imagem de divulgação.
Infelizmente, teremos que esperar a adaptação das leis e vias de trânsito de forma satisfatória para podermos ir trabalhar com o brinquedinho futurista. A FAA (Federal Aviation Administration, órgão responsável pelo tráfego aéreo norte-americano) está desenvolvendo rodovias elevadas. Os testes iniciais foram positivos, mas a previsão de construção da primeira autoestrada nos céus é para daqui a, no mínimo, 10 anos.
Aprendendo a voar
Se até o Super Homem precisou aprender a voar, a gente não ia escapar dessa fase preparatória. Para pilotar um jetpack não é preciso ter uma licença específica e reconhecida pela FAA, pois o equipamento é classificado como ultralight. Entretanto, todos os proprietários de um Martin Jetpack são obrigados a passar por um treinamento ministrado pela fabricante antes de receber a “mochila voadora”.
Segurança de voo
Em qualquer atividade esportiva em que você esteja a mais de 10 metros de altura, a segurança é primordial em caso de qualquer inconveniente. Afinal de contas, ninguém quer acabar espatifado de cara no chão!
A Martin Aircraft Company explicita que projetou o Martin Jetpack para ser mais seguro que os helicópteros de pequeno porte. Para isso, os engenheiros queimaram seus neurônios para implementar uma gaiola interna e aros de carbono nos dutos para caso de impactos laterais; a estrutura do equipamento se estende para baixo da cintura, evitando lesões na coluna; o piloto fica alocado em um casulo que o protege do motor; e um paraquedas balístico (modelo que abre em altitudes muito baixas) fica à disposição do viajante.
Imagem de divulgação.
Eu quero!
Há alguns anos, alguns modelos chegaram a ser comercializados. Entretanto, o custo elevado – entre US$ 155 mil e US$ 250 mil – não concretizou o equipamento como um bem de consumo acessível. Como era de se esperar, não é todo mundo que tem essa quantia no bolso para “brincar” de voar.
Um dos grandes diferenciais do Martin Jetpack é o seu valor de venda. As especulações que circulam pela web apontam o preço sugerido de US$ 86 mil – custo de um carro de luxo aqui no Brasil. A Martin Aircraft Company espera dar início às vendas do seu modelo de jetpack até o final de 2010. Se você está a fim de passear pelos ares como um super herói de desenhos animados ou um protagonista de filme futurista, é bom começar a poupar seu dinheiro. Boas economias e um ótimo voo!
Fonte: Fernando Daquino – Baixaki
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