Oxigênio injetado diretamente na veia permite que você viva mesmo se seus pulmões não funcionarem!
O Departamento de Cardiologia do Hospital Infantil de Boston (EUA), recebeu e cuidou de uma garotinha em 2006 que sofreu lesão cerebral grave resultante de uma pneumonia grave. A pneumonia levou a sangramento em seus pulmões, levando a uma diminuição severa de seus níveis de oxigênio.
Apesar da competência e da garra da equipe, a menina veio a óbito antes que eles conseguissem ligá-la em uma máquina de coração-pulmão.
Dessa frustração nasceu o desejo do pesquisador Kheir em procurar uma maneira de fornecer oxigênio a pacientes incapazes de respirar (por causa de diversos motivos, como insuficiência respiratória aguda ou via aérea obstruída). Ele sabe que esses pacientes precisam obter oxigênio rápido no sangue para que possa assim ser evitados tanto uma parada cardíaca e também uma lesão cerebral.
Com muito esforço e estudo multidisciplinar – que envolveu engenheiros químicos, cientistas de partículas e médicos – depois de alguns anos de estudos, Kheir e seus colegas criaram micropartículas cheias de gás que podem ser injetadas diretamente na corrente sanguínea para oxigenar o sangue. Que Avanço!
Funcionamento das micropartículas
Essas micropartículas são bolsos minúsculos de oxigênio envoltos em uma camada única de lipídios (moléculas de gordura) preparadas em soluções líquidas. A mistura ideal foi desenvolvida ao longo de anos. Os pesquisadores chegaram a testar várias concentrações e tamanhos das micropartículas para otimizar a sua eficácia e torná-las seguras. O resultado foi animador.
A infusão das micropartículas restaurou a saturação do gás no sangue para níveis normais dentro de segundos em um teste com animais que estavam com baixos níveis de oxigênio e iriam sofrer colapso . No cenário mais perigoso – quando a traqueia dos animais estava completamente bloqueada – a infusão os manteve vivos durante 15 minutos sem uma única respiração, reduzindo a incidência de parada cardíaca e lesões de órgãos. Imaginem a alegria da equipe!
Com 70% de gás oxigênio, a solução se mistura de forma eficiente com o sangue humano. As partículas são diferentes de outros substitutos do sangue que apenas transportam oxigênio mas não são úteis quando os pulmões estão inaptos para oxigená-las. As micropartículas em questão são concebidas exatamente para situações em que os pulmões estão completamente incapacitados. “Uma das chaves para o sucesso do projeto foi a capacidade de administrar uma quantidade concentrada de gás oxigênio em uma pequena quantidade de líquido”, disse Kheir. “A suspensão tem três a quatro vezes o conteúdo de oxigênio de nossos próprios glóbulos vermelhos”.
Mas o fluido ainda tem limitações e continua a ser desenvolvido. Atualmente só pode ser administrado entre 15 e 30 minutos, ou então sobrecarregará o sangue. “Este é um substituto de oxigênio de curto prazo – uma maneira segura de injetar gás de oxigênio para suportar pacientes durante alguns minutos críticos”, explica Kheir.
Quem gosta de assistir seriados médicos tipo Dr. House já está bem familiarizado com o tipo de quadro. Os monitores disparam sinais de alerta e tudo vira um caos, e se a ação correta não for tomada em segundos, o pior sempre espreita. Então todos sabemos que esses minutos podem ser crucias para salvar um paciente. As soluções são portáteis, ou seja, em formas de bolsas (como as de soro, plasma, etc.) e podem estabilizar pacientes em situações de emergência. Com isso os paramédicos ou médicos ganham tempo para colocarem um tubo de respiração ou realizarem outros tratamentos com muito mais calma e conforto.
A equipe continua seus estudos no desenvolvimento para que essas micropartículas salvadoras sejam um dia armazenadas em seringas em todos os hospitais, helicópteros e ambulâncias no intuito de estabilizar pacientes com dificuldade em respirar. Muito legal, não é mesmo?
Eu mesmo me arrisco a dizer que em um futuro não muito longe nem necessitaremos mais dos tanques de ar usados por mergulhadores, bombeiros e astronautas. Com isso tudo ficará mais leve e prático, sobrando mais espaço para outros equipamentos e aumentando a mobilidade . O que você acha desse tipo de aplicação que estou propondo? deixe a sua opinião! Obrigado por visitar meu blog e grande abraço. Clóvis Charlanti.
Fonte:[ScienceDaily, BCH, TechnologyReview]
Nenhum comentário:
Postar um comentário